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[RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
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[RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
Esta RP exclusiva para alunos e funcionários do Liceu se passa no dia 01/02/1981, um domingo, e toma cenário no Liceu Imperial da Instrução Bruxa Brasileira, no estado do Rio de Janeiro. Ao início da interação, o enorme relógio do salão principal marca 18h. No banquete de boas vindas desta noite, os alunos celebrarão o início de um novo ano letivo e o processo de seleção dos calouros se iniciará, durando por volta de duas horas. Às 20h o jantar será servido, transportando-se magicamente da cozinha para cada uma das quatro mesas dispostas no centro do salão. Velas acesas pairam sobre as mesas enquanto os alunos do coral se preparam para sua apresentação de início de semestre.
Última edição por Amélia Santos em Qui Ago 10, 2023 11:16 pm, editado 1 vez(es)
Amélia Santos
Data de nascimento :
10/01/1923 - 58 anos
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
1981
banquete de boas vindas & seleção
"Ora, Bonifácio, deixe-me", sussurrou a mulher rispidamente, levando aos lábios a cigarrilha de cravo a qual tanto apreciava. Ponderava entre tragos no térreo da escola; o clima era ameno e uma brisa agradável a transpassava. O braço esquerdo pendia abaixo do busto enquanto o direito segurava a cigarrilha elegantemente. Bonifácio, o vice-diretor do Liceu, a apressava.
"Você sabe como aquele bonde se atrasa. Ainda são cinco e meia", murmurava, irritadiça. Mas era verdade: os alunos estavam prestes a chegar, e sabia que teria de lidar com uma grande onda de calouros naquele ano. Em parte, era bom, pois fazia o nome do colégio destacar-se perante os outros; mas a bagunça e a desordem decerto a atormentavam, e como a atormentavam. Crianças precisam de disciplina, era o que pensava. Apagou a cigarrilha na borda da fonte de pedra fria e rumou até o companheiro de trabalho. Tinham uma longa noite pela frente.
Os via de longe sendo descarregados do bondinho enfeitiçado. Dúzias e mais dúzias se amontoavam, trazendo consigo enormes e pesadas malas de couro ou baquelita. Conhecia alguns rostos, mas, de fato, havia muitos calouros saltando do veículo. Suspirou, aproximando-se. Um meio sorriso forçado formou-se em seu rosto; a verdade era que não tinha mais a paciência de anos atrás para lidar com crianças, o que podia fazer? Se conformava com o fato de estar ali somente para pôr ordem na casa, e disso tinha orgulho. Após os anos 20, os anos 70 e 80 estavam sendo as décadas de ouro do Liceu, e era tudo graças a si; ao menos era o que diziam os de fora.
Dirigiu-se até o salão principal, sentando-se perante a mesa onde se reuniam os docentes e os demais funcionários do local. As crianças chegariam em pouco tempo.
"Sejam bem-vindos, exclamara, sisuda, após bater três vezes contra sua taça de prata com uma colher. "O Liceu Imperial da Instrução Bruxa Brasileira os recebe de braços abertos. Teremos decerto à nossa frente um primoroso ano letivo", discursou, um sorriso tomava conta de seus lábios finos. Apresentara os professores, o vice-diretor e a docente-mestra, logo dando início ao sermão de sempre. Tornou a explicá-los sobre o sistema de aulas, como deveriam se comportar e que o primor e o orgulho do Liceu eram seus alunos sérios, compromissados e educados. O silêncio e a ordem deveriam sempre reinar naquele local, comentava, séria.
"Demos início ao nosso processo de seleção", ordenara, levantando-se e indo em direção ao tablado que jazia defronte às quatro longuíssimas mesas. O zelador trouxera a coruja Didi, a responsável pela cerimônia seletiva. Amélia a tomou em seu braço direito, levando à altura dos olhos a lista de alunos calouros e pondo-se a chamá-los por seus nomes. "Acássia Vieira!", exclamara, em sua face estava estampado o costumeiro semblante frio. Seria uma longa noite.
"Você sabe como aquele bonde se atrasa. Ainda são cinco e meia", murmurava, irritadiça. Mas era verdade: os alunos estavam prestes a chegar, e sabia que teria de lidar com uma grande onda de calouros naquele ano. Em parte, era bom, pois fazia o nome do colégio destacar-se perante os outros; mas a bagunça e a desordem decerto a atormentavam, e como a atormentavam. Crianças precisam de disciplina, era o que pensava. Apagou a cigarrilha na borda da fonte de pedra fria e rumou até o companheiro de trabalho. Tinham uma longa noite pela frente.
***
Os via de longe sendo descarregados do bondinho enfeitiçado. Dúzias e mais dúzias se amontoavam, trazendo consigo enormes e pesadas malas de couro ou baquelita. Conhecia alguns rostos, mas, de fato, havia muitos calouros saltando do veículo. Suspirou, aproximando-se. Um meio sorriso forçado formou-se em seu rosto; a verdade era que não tinha mais a paciência de anos atrás para lidar com crianças, o que podia fazer? Se conformava com o fato de estar ali somente para pôr ordem na casa, e disso tinha orgulho. Após os anos 20, os anos 70 e 80 estavam sendo as décadas de ouro do Liceu, e era tudo graças a si; ao menos era o que diziam os de fora.
Dirigiu-se até o salão principal, sentando-se perante a mesa onde se reuniam os docentes e os demais funcionários do local. As crianças chegariam em pouco tempo.
***
"Sejam bem-vindos, exclamara, sisuda, após bater três vezes contra sua taça de prata com uma colher. "O Liceu Imperial da Instrução Bruxa Brasileira os recebe de braços abertos. Teremos decerto à nossa frente um primoroso ano letivo", discursou, um sorriso tomava conta de seus lábios finos. Apresentara os professores, o vice-diretor e a docente-mestra, logo dando início ao sermão de sempre. Tornou a explicá-los sobre o sistema de aulas, como deveriam se comportar e que o primor e o orgulho do Liceu eram seus alunos sérios, compromissados e educados. O silêncio e a ordem deveriam sempre reinar naquele local, comentava, séria.
"Demos início ao nosso processo de seleção", ordenara, levantando-se e indo em direção ao tablado que jazia defronte às quatro longuíssimas mesas. O zelador trouxera a coruja Didi, a responsável pela cerimônia seletiva. Amélia a tomou em seu braço direito, levando à altura dos olhos a lista de alunos calouros e pondo-se a chamá-los por seus nomes. "Acássia Vieira!", exclamara, em sua face estava estampado o costumeiro semblante frio. Seria uma longa noite.
- PROCESSO DE SELEÇÃO:
- Segue a lista de alunos calouros os quais interagirão com a coruja seletora Didi:
- Benício Gadelha Dutra
- Susana Bordalo Pinheiro
Amélia Santos
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
Saía do bondinho junto dos colegas de classe e à tira colo vinha o irmão, ainda sem os uniformes que os fixavam a milhares de metros distantes, nas duas ilhas que o vasto oceano insistia em repartir e cortar vínculos. Castor seguia com uma mochila às costas e sua jaqueta de couro agora quase de seu tamanho, devia isso à puberdade e aos exercícios durante as férias.
Olhava aos redores, esbarrando em várias cabeças confusas e amontoadas que também desembarcavam. Ele olhou para Morgana com incredulidade, depois para Jonas que estava sempre com eles e para João, que decididamente era o maior entre todos no grupo, para Amara por menos tempo, esta que claramente só andava com o grupo por insistência de um certo alguém, e por fim para Pollux, que era o que mais lhe entenderia. Ele lançou ao irmão um puro olhar de desdém e revolta, logo voltando à vista às cabeças menores que seguiam afoitas em direção ao Liceu e suas orelhas atentas que catavam as palavras da diretora. — Por que tem tanto fedelho esse ano? Não deveriam estar tendo mais cuidado com quem entra? — Sussurrou ao outro Santiago, ainda que continuasse a andar sem esperar por uma resposta certa.
Já acomodados no Salão Principal, Castor despedia-se do irmão que, por formalidades, precisava se juntar aos colegas marrons terrosos e se acomodou próximo à Nana e Jonas na mesa das Jiboias. Não era um grupo muito falante para ficar debatendo sobre as férias enquanto Amélia repetia os jargões anuais. Todavia, não pôde deixar de expressar seus pensamento com o final da fala da diretora, que parecia querer enganar à todos tanto quanto enganava à si mesma. “Teremos decerto à nossa frente um primoroso ano letivo", repetiu em murmúrio ao levantar o indicador e o médio de ambas as mãos e caracterizar aspas no ar. — Aposto que os sangues-podres da Cisão vão continuar sequestrando um monte de bruxos. — Continuou em um murmúrio vociferado, contendo-se para não chamar a atenção da docência ou da própria diretora.
Deu de ombros logo depois, ignorando as seleções que iam acontecendo pela escolha de Didi e os aplausos que se sucediam após cada revelação. Esperava apenas que as formalidades acabassem logo para que todos pudessem comer, visto que não aguardava para parabenizar nenhum membro novo à casa que, coitada, ano após ano seguia sendo a menos ocupada de toda L.I.B.R.A.
Olhava aos redores, esbarrando em várias cabeças confusas e amontoadas que também desembarcavam. Ele olhou para Morgana com incredulidade, depois para Jonas que estava sempre com eles e para João, que decididamente era o maior entre todos no grupo, para Amara por menos tempo, esta que claramente só andava com o grupo por insistência de um certo alguém, e por fim para Pollux, que era o que mais lhe entenderia. Ele lançou ao irmão um puro olhar de desdém e revolta, logo voltando à vista às cabeças menores que seguiam afoitas em direção ao Liceu e suas orelhas atentas que catavam as palavras da diretora. — Por que tem tanto fedelho esse ano? Não deveriam estar tendo mais cuidado com quem entra? — Sussurrou ao outro Santiago, ainda que continuasse a andar sem esperar por uma resposta certa.
Já acomodados no Salão Principal, Castor despedia-se do irmão que, por formalidades, precisava se juntar aos colegas marrons terrosos e se acomodou próximo à Nana e Jonas na mesa das Jiboias. Não era um grupo muito falante para ficar debatendo sobre as férias enquanto Amélia repetia os jargões anuais. Todavia, não pôde deixar de expressar seus pensamento com o final da fala da diretora, que parecia querer enganar à todos tanto quanto enganava à si mesma. “Teremos decerto à nossa frente um primoroso ano letivo", repetiu em murmúrio ao levantar o indicador e o médio de ambas as mãos e caracterizar aspas no ar. — Aposto que os sangues-podres da Cisão vão continuar sequestrando um monte de bruxos. — Continuou em um murmúrio vociferado, contendo-se para não chamar a atenção da docência ou da própria diretora.
Deu de ombros logo depois, ignorando as seleções que iam acontecendo pela escolha de Didi e os aplausos que se sucediam após cada revelação. Esperava apenas que as formalidades acabassem logo para que todos pudessem comer, visto que não aguardava para parabenizar nenhum membro novo à casa que, coitada, ano após ano seguia sendo a menos ocupada de toda L.I.B.R.A.
Última edição por Castor G. Santiago em Qui Ago 17, 2023 6:16 pm, editado 1 vez(es)
Castor G. Santiago
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Jonas B. de Carvalho
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
BLUEHere's a story About a little guy That lives in a blue world And all day and all night, And everything he sees is just blue, Like him, inside and outside. Blue his house With a blue little window And a blue corvette And everything is blue for him |
Acometida por uma avalanche insólita de sentimentos, restou à pequena Susana empanturrar-se de guloseimas durante a viagem até o Liceu. Estava muito nervosa para fazer amigos ou sequer trocar palavras com outrem, por isso, resolvera abster-se da socialização, permanecendo quieta e reservada em seu assento no fundo do bondinho. A brisa fresca que entrava pela janela fazia seus cabelos castanhos esvoaçarem, o que a levava a tentar espaná-los para longe de seu rosto com uma das mãos (geralmente a isenta de doces). Sabia que teria de fazer amigos eventualmente, mas não daria certo abrir a boca agora, a não ser, é claro, se fosse para comer mais um tablete de chocolate ao leite. Como gostava...
Pelo que tinham dito, não seria uma viagem extremamente longa. O colégio ficava a apenas uma hora e meia de distância da parada da Quinta da Baronesa, onde havia embarcado junto a alguns dos outros estudantes. Havia muitos deles, e uma das coisas que a angustiavam naquele momento era o fato de quase todos parecerem mais velhos, mais fortes e mais espertos do que si. Uma dúvida maior perante todas as outras se destacava em suas ponderações silenciosas: conseguiria fazer amigos? Ficaria sozinha para sempre? Suspirou, assustada. Àquele momento, estavam muito longe para voltar para casa. Não tinha como desistir.
Desembarcou de seu vagão com a ajuda de um funcionário da escola devido a sua pequenez e incapacidade de carregar sua enorme mala por mais de dois metros de distância sem arfar como um peixe fora d'água. Fora orientada a deixar seus pertences com ele, incluindo a pomba branca a qual ganhara da avó adotiva, a única pessoa em quem confiava no mundo. Hesitou, mas, em decorrência do empurra-empurra da multidão, houve de deixá-la para trás e seguir caminho atrás dos demais, tomando cuidado para não ser pisoteada pelos alunos grandes.
Ficou boquiaberta ao se deparar com a opulência do exterior da instituição. Sua arquitetura era de tirar o fôlego, e o interior, apesar de igualmente opulento, trazia uma sensação quiçá reconfortante. Caminhou junto aos outros até o salão principal, onde permanecera de pé a observar os alunos veteranos sentarem-se às mesas de suas respectivas casas. Mal podia esperar para ser selecionada, mas, quando ouviu seu nome ser chamado pela diretora de cabelos cinzentos, algo dentro de si explodiu. Não literalmente, pois suas habilidades elementares não eram tão avançadas, entretanto, estava tão ansiosa perante o público que, involuntariamente, fizera a parte inferior das vestes de um dos alunos do 5º ano entrar em combustão, incidente este o qual fora rapidamente solucionado por um dos funcionários ali presentes. Desculpara-se timidamente, tentando se localizar em meio ao burburinho e sendo orientada a sentar-se num banquinho para que a seleção pudesse começar.
E, então, a coruja Didi adentrou o vasto salão, sendo acompanhada por uma salva de palmas empolgadas antes de pousar em sua cabeça.
Pelo que tinham dito, não seria uma viagem extremamente longa. O colégio ficava a apenas uma hora e meia de distância da parada da Quinta da Baronesa, onde havia embarcado junto a alguns dos outros estudantes. Havia muitos deles, e uma das coisas que a angustiavam naquele momento era o fato de quase todos parecerem mais velhos, mais fortes e mais espertos do que si. Uma dúvida maior perante todas as outras se destacava em suas ponderações silenciosas: conseguiria fazer amigos? Ficaria sozinha para sempre? Suspirou, assustada. Àquele momento, estavam muito longe para voltar para casa. Não tinha como desistir.
✽✽✽
Desembarcou de seu vagão com a ajuda de um funcionário da escola devido a sua pequenez e incapacidade de carregar sua enorme mala por mais de dois metros de distância sem arfar como um peixe fora d'água. Fora orientada a deixar seus pertences com ele, incluindo a pomba branca a qual ganhara da avó adotiva, a única pessoa em quem confiava no mundo. Hesitou, mas, em decorrência do empurra-empurra da multidão, houve de deixá-la para trás e seguir caminho atrás dos demais, tomando cuidado para não ser pisoteada pelos alunos grandes.
Ficou boquiaberta ao se deparar com a opulência do exterior da instituição. Sua arquitetura era de tirar o fôlego, e o interior, apesar de igualmente opulento, trazia uma sensação quiçá reconfortante. Caminhou junto aos outros até o salão principal, onde permanecera de pé a observar os alunos veteranos sentarem-se às mesas de suas respectivas casas. Mal podia esperar para ser selecionada, mas, quando ouviu seu nome ser chamado pela diretora de cabelos cinzentos, algo dentro de si explodiu. Não literalmente, pois suas habilidades elementares não eram tão avançadas, entretanto, estava tão ansiosa perante o público que, involuntariamente, fizera a parte inferior das vestes de um dos alunos do 5º ano entrar em combustão, incidente este o qual fora rapidamente solucionado por um dos funcionários ali presentes. Desculpara-se timidamente, tentando se localizar em meio ao burburinho e sendo orientada a sentar-se num banquinho para que a seleção pudesse começar.
E, então, a coruja Didi adentrou o vasto salão, sendo acompanhada por uma salva de palmas empolgadas antes de pousar em sua cabeça.
Última edição por Susana Manuche Robatini em Dom Ago 13, 2023 6:30 pm, editado 3 vez(es)
Susana Manuche Robatini
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
PROCESSO DE SELEÇÃO (SUSANA)
Satisfeita com a recepção calorosa a qual recebera àquele ano, a coruja Didi pousara, feliz, sobre a cabeça da pequena caloura Susana.
Após alguns longos segundos de análise, sinalizou para a diretora com seus olhos de farol alto o fato de que já estava pronta para selecioná-la. De prontidão, Amélia se dirigiu até o animal, entregando-a com a ponta dos dedos uma pequena esfera transparente. Didi a abocanhou rapidamente e, num bater de asas, depositou a pequena bola de vidro no interior do cálice de prata entalhado com o símbolo da Casa Jiboia.
Sensibilidade, intensidade, excesso de caos...
Após alguns longos segundos de análise, sinalizou para a diretora com seus olhos de farol alto o fato de que já estava pronta para selecioná-la. De prontidão, Amélia se dirigiu até o animal, entregando-a com a ponta dos dedos uma pequena esfera transparente. Didi a abocanhou rapidamente e, num bater de asas, depositou a pequena bola de vidro no interior do cálice de prata entalhado com o símbolo da Casa Jiboia.
Na Casa Jiboia, brilharás com alegria,
Com talento e graça, todos dirão "Que magia!"
Teu nome é estrela, brilhando noite e dia,
Na Casa Jiboia, tua jornada é poesia!
Com talento e graça, todos dirão "Que magia!"
Teu nome é estrela, brilhando noite e dia,
Na Casa Jiboia, tua jornada é poesia!
- Observações:
- A aluna Susana Manuche Robatini fora selecionada na Casa Jiboia pela coruja Didi (+100xp)
Didi
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
Como em todos os outros anos, João Vicente quase perdera o bondinho que o levaria até o Liceu. Sabia da responsabilidade a qual tinha em melhorar seu jeitinho distraído e despreocupado, mas fazê-lo era algo que sempre postergava.
Com o walkman à tiracolo, o rapaz saltou para dentro do veículo enfeitiçado, fazendo uma breve análise de seu interior até encontrar um lugar vago. Após sentar-se no banco de couro avermelhado, seus olhos quase que involuntariamente correram pelos assentos à procura de Amara: havia criado sentimentos mais profundos pela menina desde antes das férias, e não fazia ideia de como lidar com aquela situação, mas uma vozinha interna o dizia para esperar mais um pouco até dar o primeiro passo, algo difícil para alguém impaciente como ele.
Logo deparara-se com Pollux, seu melhor amigo de nome esquisito por quem nutria uma grande afeição fraternal, este atrasado como si. Cumprimentou-o com um estrepitoso encontro de palmas e convidou-o para sentar-se ao seu lado. Assim que vira Castor, o gêmeo menos carismático, todavia, tolerável (até extrapolar com suas ideias puristas), acenou para o jovem com um meio-sorriso, observando-o recostar-se no assento à sua frente. A turma estava quase completa àquele ponto.
A viagem correra tranquila e mais veloz do que no ano anterior, principalmente pelo fato de o garoto tê-la passado, em sua totalidade, ouvindo suas músicas favoritas no aparelho de som que descansava em seu colo e batendo papo com o melhor amigo. Desceram juntos do bondinho, e João estava muito feliz por ter finalmente se reunido com os amigos a quem tanto apreciava. Cumprimentou Nana com um beijo na bochecha; sabia que esta iria respondê-lo com uma careta emburrada e fazê-lo rir (adorava irritá-la): era como se fosse sua irmã mais nova.
De súbito, veio de encontro a Amara, o que fez seu coração palpitar como se estivesse numa montanha-russa. Como ela estava bonita, e decerto parecia mais velha. Cumprimentou-a com um longo abraço e um beijo molhado na bochecha, o qual esta enxugou com uma repulsa cômica. "Como foram as férias?", questionou-a, de fato interessado. Nunca tivera gostado tanto de uma menina como gostava dela...
Juntou-se aos seus companheiros de casa, sentando-se na mesa dos Guarás, felicíssimo por ter o prazer de rever sua melhor amiga, Maitê. Abraçou-a por alguns segundos e, em seguida, pôs-se a bagunçar seus cabelos, esfregando o topo de sua cabeça com o punho cerrado. "Saudades, tampico", exclamou, animado. A seleção estava prestes a começar.
Estava tudo entediante como sempre até Amélia chamar o nome da pequena Susana, que logo fora de encontro ao banquinho onde os calouros sentavam-se para serem selecionados. Entretanto, a menina estava tão, mas tão nervosa, que, por ter em sua natureza a habilidade elemental, fizera uma pequena porção da barra da saia da amiga Guará entrar em combustão. João levantou-se, atônito, empunhando sua varinha a fim de conjurar algum feitiço para apagar o miúdo incêndio, mas um dos professores o fez antes que pudesse proferir a primeira sílaba do feitiço que julgara correto entoar naquele momento. O rapaz certificou-se de que a amiga estava bem, segurando o riso.
Com um sorriso bobo no rosto, juntou-se à plateia, levantando-se, em função de aplaudir a entrada da menina para a casa Jiboia. Teriam, de fato, um longo, longo ano pela frente, isto é, se a maior parte dos calouros fosse tão caótica como a garotinha.
Com o walkman à tiracolo, o rapaz saltou para dentro do veículo enfeitiçado, fazendo uma breve análise de seu interior até encontrar um lugar vago. Após sentar-se no banco de couro avermelhado, seus olhos quase que involuntariamente correram pelos assentos à procura de Amara: havia criado sentimentos mais profundos pela menina desde antes das férias, e não fazia ideia de como lidar com aquela situação, mas uma vozinha interna o dizia para esperar mais um pouco até dar o primeiro passo, algo difícil para alguém impaciente como ele.
Logo deparara-se com Pollux, seu melhor amigo de nome esquisito por quem nutria uma grande afeição fraternal, este atrasado como si. Cumprimentou-o com um estrepitoso encontro de palmas e convidou-o para sentar-se ao seu lado. Assim que vira Castor, o gêmeo menos carismático, todavia, tolerável (até extrapolar com suas ideias puristas), acenou para o jovem com um meio-sorriso, observando-o recostar-se no assento à sua frente. A turma estava quase completa àquele ponto.
A viagem correra tranquila e mais veloz do que no ano anterior, principalmente pelo fato de o garoto tê-la passado, em sua totalidade, ouvindo suas músicas favoritas no aparelho de som que descansava em seu colo e batendo papo com o melhor amigo. Desceram juntos do bondinho, e João estava muito feliz por ter finalmente se reunido com os amigos a quem tanto apreciava. Cumprimentou Nana com um beijo na bochecha; sabia que esta iria respondê-lo com uma careta emburrada e fazê-lo rir (adorava irritá-la): era como se fosse sua irmã mais nova.
De súbito, veio de encontro a Amara, o que fez seu coração palpitar como se estivesse numa montanha-russa. Como ela estava bonita, e decerto parecia mais velha. Cumprimentou-a com um longo abraço e um beijo molhado na bochecha, o qual esta enxugou com uma repulsa cômica. "Como foram as férias?", questionou-a, de fato interessado. Nunca tivera gostado tanto de uma menina como gostava dela...
Juntou-se aos seus companheiros de casa, sentando-se na mesa dos Guarás, felicíssimo por ter o prazer de rever sua melhor amiga, Maitê. Abraçou-a por alguns segundos e, em seguida, pôs-se a bagunçar seus cabelos, esfregando o topo de sua cabeça com o punho cerrado. "Saudades, tampico", exclamou, animado. A seleção estava prestes a começar.
Estava tudo entediante como sempre até Amélia chamar o nome da pequena Susana, que logo fora de encontro ao banquinho onde os calouros sentavam-se para serem selecionados. Entretanto, a menina estava tão, mas tão nervosa, que, por ter em sua natureza a habilidade elemental, fizera uma pequena porção da barra da saia da amiga Guará entrar em combustão. João levantou-se, atônito, empunhando sua varinha a fim de conjurar algum feitiço para apagar o miúdo incêndio, mas um dos professores o fez antes que pudesse proferir a primeira sílaba do feitiço que julgara correto entoar naquele momento. O rapaz certificou-se de que a amiga estava bem, segurando o riso.
Com um sorriso bobo no rosto, juntou-se à plateia, levantando-se, em função de aplaudir a entrada da menina para a casa Jiboia. Teriam, de fato, um longo, longo ano pela frente, isto é, se a maior parte dos calouros fosse tão caótica como a garotinha.
João Vicente Dutra
Data de nascimento :
13/12/1965 - 15 anos
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
Morgana passou a viagem até a escola acompanhada de seu gato desproporcionalmente grande, e sua falsa-coral enrolada de maneira confortável no bolso frontal da jaqueta jeans bastante larga. Não sabia se pertencia ao tio ou ao primo, mas a pressa de sair da companhia da nova ”tia” (vulgo a mais nova namorada de tio Caelan, alegre e prestativa demais para Nana e Kit), Morgan pegara a primeira coisa que viu para ficar mais confortável na viagem relativamente longa até Petrópolis; eles poderiam pedir de volta quando ela voltasse em dezembro daquele ano.
Desembarcou na escola, e logo procurou os amigos — o que não foi difícil, tendo como referência os gêmeos — se aproximando com as malas e desviando com afinco a quantidade aparentemente superior de estudantes em relação aos anos anteriores. Cumprimentou os dois com um aceno rápido de cabeça, sem desfazer a expressão entediada no rosto. Embora, não fosse necessário. O expansivo João a cumprimentou, repentinamente, com um beijo no rosto; Morgan tinha certeza de que ele fazia apenas para tirá-la do sério, o que foi comprovado quando a quintanista jiboia lançou ao guará um olhar que poderia matar de tão venenoso. O garoto só fez rir antes de seguirem para dentro da escola, junto à massa de estudantes distraidos matando a saudade dos colegas.
Para o alívio de Morgana, estava acompanhada de um grupo de pessoas relativamente maiores e mais largas do que ela. Atrás dos gêmeos Santiago, João e Jonas, ela agarrava as alças da mochila, a irritação crescente de ter que parar a cada vez que alguém precisava parar para desviar de outrem porque, aparentemente, as pessoas naquele país não tinham a mínima noção de sequer andar sem invadir o espaço pessoal alheio. Não que a Inglaterra fosse melhor nesse aspecto, idiotas existiam em qualquer lugar e seu tio tinha explicado que os adolescentes eram tão ansiosos e caóticos em Hogwarts quanto em qualquer outro lugar. Mas, diferente da indiferença calculada que Morgan dispensava à maior parte da população estudantil do Liceu em uma fatia generosa do tempo, ali ela começava a ficar irritada. Verdadeiramente irritada.
Morgana Beatrice odiava multidões com paixão visceral, e não era incomum vê-la fazer algum tipo de malabarismo para evitá-las completamente. Multidões, espaços apertados, fechados demais — nunca se sentia bem em locais assim; obviamente, não demonstrava, reservando apenas o olhar emburrado a qualquer um que ousasse a encará-la demais. Embora fosse sua expressão costumeira. A nova namorada do tio insistiu que ela faria muito mais amigos caso encarasse o mundo de forma mais branda e sorrisse mais.
Ter que optar entre a paz e uma briga de grandes proporções tinha custado algum esforço.
Mas ali estavam e, puxando a mala encouraçada atrás de si em uma mão e a caixa de transporte de Cookie em outra, quase suspirou aliviada quando os calouros foram para um canto e os veteranos começaram a se organizar nos dormitórios e então se ajeitarem no salão para a cerimônia de seleção. Ocupando o lugar habitual proxima a Castor e Jonas, tão logo a diretora iniciou o discurso habitual, Nana focou sua atenção quase completa no esmalte preto descascado nas unhas curtas; forçando as arestas até arrancar as camadas restantes para revelar a superfície rosada por baixo.
Apenas desviou sua atenção da tarefa árdua quando Castor murmurou sobre o final do discurso da gestora da escola e a atual situação da comunidade mágica brasileira que não parecia ter tanta atenção das autoridades quanto deveria. Direcionando os olhos azuis para o Santiago e corrigiu a postura, arrastando os pedaços de esmalte seco para fora da mesa.“Contanto que não sejamos nós os idiotas desaparecidos” respondeu, o tom desprovido de emoção. Era lamentável a maneira como vinham arrastando a sujeira para de baixo do tapete, mas o que eles poderiam fazer sobre? “As pessoas já deveriam ter aprendido a se cuidar e olhar pelos seus à essa altura.”
Não era simples, mas acordar para a vida era necessário. A maioria só o fazia quando as perdas já eram irreparáveis.
A seleção teve início e Nana voltou a seu mundinho, até uma primeiranista selecionada para sua casa, aparentemente, atear fogo a uma das alunas Guará do quinto ano. Com certa diversão, observou João e os professores se apressarem para salvar Maitê e suas vestes da combustão.“Parece que teremos almofadas chamuscadas de novo no dormitório esse ano” comentou, sem entusiasmo e com um pouco de ironia da na voz.
Desembarcou na escola, e logo procurou os amigos — o que não foi difícil, tendo como referência os gêmeos — se aproximando com as malas e desviando com afinco a quantidade aparentemente superior de estudantes em relação aos anos anteriores. Cumprimentou os dois com um aceno rápido de cabeça, sem desfazer a expressão entediada no rosto. Embora, não fosse necessário. O expansivo João a cumprimentou, repentinamente, com um beijo no rosto; Morgan tinha certeza de que ele fazia apenas para tirá-la do sério, o que foi comprovado quando a quintanista jiboia lançou ao guará um olhar que poderia matar de tão venenoso. O garoto só fez rir antes de seguirem para dentro da escola, junto à massa de estudantes distraidos matando a saudade dos colegas.
Para o alívio de Morgana, estava acompanhada de um grupo de pessoas relativamente maiores e mais largas do que ela. Atrás dos gêmeos Santiago, João e Jonas, ela agarrava as alças da mochila, a irritação crescente de ter que parar a cada vez que alguém precisava parar para desviar de outrem porque, aparentemente, as pessoas naquele país não tinham a mínima noção de sequer andar sem invadir o espaço pessoal alheio. Não que a Inglaterra fosse melhor nesse aspecto, idiotas existiam em qualquer lugar e seu tio tinha explicado que os adolescentes eram tão ansiosos e caóticos em Hogwarts quanto em qualquer outro lugar. Mas, diferente da indiferença calculada que Morgan dispensava à maior parte da população estudantil do Liceu em uma fatia generosa do tempo, ali ela começava a ficar irritada. Verdadeiramente irritada.
Morgana Beatrice odiava multidões com paixão visceral, e não era incomum vê-la fazer algum tipo de malabarismo para evitá-las completamente. Multidões, espaços apertados, fechados demais — nunca se sentia bem em locais assim; obviamente, não demonstrava, reservando apenas o olhar emburrado a qualquer um que ousasse a encará-la demais. Embora fosse sua expressão costumeira. A nova namorada do tio insistiu que ela faria muito mais amigos caso encarasse o mundo de forma mais branda e sorrisse mais.
Ter que optar entre a paz e uma briga de grandes proporções tinha custado algum esforço.
Mas ali estavam e, puxando a mala encouraçada atrás de si em uma mão e a caixa de transporte de Cookie em outra, quase suspirou aliviada quando os calouros foram para um canto e os veteranos começaram a se organizar nos dormitórios e então se ajeitarem no salão para a cerimônia de seleção. Ocupando o lugar habitual proxima a Castor e Jonas, tão logo a diretora iniciou o discurso habitual, Nana focou sua atenção quase completa no esmalte preto descascado nas unhas curtas; forçando as arestas até arrancar as camadas restantes para revelar a superfície rosada por baixo.
Apenas desviou sua atenção da tarefa árdua quando Castor murmurou sobre o final do discurso da gestora da escola e a atual situação da comunidade mágica brasileira que não parecia ter tanta atenção das autoridades quanto deveria. Direcionando os olhos azuis para o Santiago e corrigiu a postura, arrastando os pedaços de esmalte seco para fora da mesa.
Não era simples, mas acordar para a vida era necessário. A maioria só o fazia quando as perdas já eram irreparáveis.
A seleção teve início e Nana voltou a seu mundinho, até uma primeiranista selecionada para sua casa, aparentemente, atear fogo a uma das alunas Guará do quinto ano. Com certa diversão, observou João e os professores se apressarem para salvar Maitê e suas vestes da combustão.
Morgan L. Cunninghan
Data de nascimento :
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
BLUEHere's a story About a little guy That lives in a blue world And all day and all night, And everything he sees is just blue, Like him, inside and outside. Blue his house With a blue little window And a blue corvette And everything is blue for him |
"Ai, não..", sussurrou a menina, as palmas das mãos umedecidas por um suor frio. Tinha feito de novo.
Eram raras as vezes em que punha fogo em objetos (ou pessoas). A última vez que pusera fora no dia da avaliação onde concorrera a uma bolsa no Liceu, dia este no qual estava tão nervosa que fizera os cabelos da aplicadora da prova entrarem em combustão. Mas não se queixava; se não fosse por isso, não teria sido aceita na instituição, pois, devido a sua criação (apesar de esotérica) não-mágica, possuía zero conhecimento em relação ao mundo bruxo: interessada em suas habilidades elementais, Amélia permitira sua entrada.
Repetira incessantemente seus pedidos de desculpas, baixinho, antes de subir ao tablado. Caminhou devagar até Amélia, a qual orientou-a a sentar-se sobre o banco de madeira. A coruja adentrara o enorme e opulento espaço antes que pudesse sequer pensar em que casa cairia.
Ao que sabia até àquele momento, os Guarás eram os comilões, os Saúvas os chatos, os Jiboias os chorões e os Tucanos os bobos. Pensou que, a partir de tais estereótipos, uma grande confusão pudesse acontecer e torná-la a primeira criança da história do Liceu a ser selecionada, simultaneamente, em todas as casas, pois, ao seu ver, se encaixava em todas aquelas descrições.
Observou o animal depositar a bolinha na taça de prata e, confusa, só se dera conta de que fora selecionada na Casa Jiboia quando Amélia repetira o seu nome e em seguida o nome daquela. Comprimiu os beiços, um pouco tonta, e, com a ajuda de um veterano Jiboia prestativo, dirigira-se até a mesa de sua nova família pelos próximos seis anos.
Estava morrendo de fome e mal podia esperar para que aquilo tudo acabasse, o jantar fosse servido e enfim pudesse conhecer seu novo quarto e deitar em sua nova cama. Esperava que fosse mais confortável que a do picadeiro, mas disso tinha quase certeza.
Estava sentada próximo a uma garota alguns anos mais velhas. Seus cabelos negros caíam sobre seu semblante fechado e percebera que esta descascava nervosamente o esmalte escuro que cobria suas unhas. Gostaria muito de fazer novos amigos, mas sua ansiedade a fazia gaguejar, e tinha medo de não gostarem de sua personalidade ou de chamarem-na, como na escola não-mágica, de "a menina do circo", assim ficando de escanteio, solitária e triste.
Suspirou, impaciente e angustiada, os braços a descansar sobre o tampo da enorme mesa enquanto esperava o próximo aluno ser selecionado. Um sentimento estranho apoderou-se de si e, por um momento, desejou sua casa e o colo da avó adotiva.
Eram raras as vezes em que punha fogo em objetos (ou pessoas). A última vez que pusera fora no dia da avaliação onde concorrera a uma bolsa no Liceu, dia este no qual estava tão nervosa que fizera os cabelos da aplicadora da prova entrarem em combustão. Mas não se queixava; se não fosse por isso, não teria sido aceita na instituição, pois, devido a sua criação (apesar de esotérica) não-mágica, possuía zero conhecimento em relação ao mundo bruxo: interessada em suas habilidades elementais, Amélia permitira sua entrada.
Repetira incessantemente seus pedidos de desculpas, baixinho, antes de subir ao tablado. Caminhou devagar até Amélia, a qual orientou-a a sentar-se sobre o banco de madeira. A coruja adentrara o enorme e opulento espaço antes que pudesse sequer pensar em que casa cairia.
Ao que sabia até àquele momento, os Guarás eram os comilões, os Saúvas os chatos, os Jiboias os chorões e os Tucanos os bobos. Pensou que, a partir de tais estereótipos, uma grande confusão pudesse acontecer e torná-la a primeira criança da história do Liceu a ser selecionada, simultaneamente, em todas as casas, pois, ao seu ver, se encaixava em todas aquelas descrições.
Observou o animal depositar a bolinha na taça de prata e, confusa, só se dera conta de que fora selecionada na Casa Jiboia quando Amélia repetira o seu nome e em seguida o nome daquela. Comprimiu os beiços, um pouco tonta, e, com a ajuda de um veterano Jiboia prestativo, dirigira-se até a mesa de sua nova família pelos próximos seis anos.
Estava morrendo de fome e mal podia esperar para que aquilo tudo acabasse, o jantar fosse servido e enfim pudesse conhecer seu novo quarto e deitar em sua nova cama. Esperava que fosse mais confortável que a do picadeiro, mas disso tinha quase certeza.
Estava sentada próximo a uma garota alguns anos mais velhas. Seus cabelos negros caíam sobre seu semblante fechado e percebera que esta descascava nervosamente o esmalte escuro que cobria suas unhas. Gostaria muito de fazer novos amigos, mas sua ansiedade a fazia gaguejar, e tinha medo de não gostarem de sua personalidade ou de chamarem-na, como na escola não-mágica, de "a menina do circo", assim ficando de escanteio, solitária e triste.
Suspirou, impaciente e angustiada, os braços a descansar sobre o tampo da enorme mesa enquanto esperava o próximo aluno ser selecionado. Um sentimento estranho apoderou-se de si e, por um momento, desejou sua casa e o colo da avó adotiva.
Susana Manuche Robatini
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
O amigo que saiu pra ver a lua, jaz anônimo na rua, foi fatal
Na tarde que foi sempre minha amiga a lei dos homens nos obriga a ser normal
O sorriso escorregava da boca como um cigarro pendendo dos lábios de um artista. Os olhos de Benício brilhavam com sua primeira visão do Liceu se revelando, ainda no bondinho. Aquela construção não lhe era em nada estranha, dado os dois irmãos mais velhos que já tinham percorrido todos os corredores e, para sua infelicidade, a própria mãe que lecionava cuidados da flora na instituição. Toda sua pose estava marcada em ser o caçula, aquele que seguia suas próprias regras e o mundo, eventualmente, se curvaria a seu favor. Irene, sua mãe, claramente era contra essa filosofia, mas a cabeleira castanha cacheada e os cílios longos que emolduravam um par de olhos verdes tinha seu valor na arte da persuasão.
Graças, também, à sua mãe, sua própria chegada no Liceu também fora facilitada. Não apenas em questões monetárias que, embora não fossem pobres, garantir três crianças na instituição de prestígio – contando Antônio, que se formara dois anos antes – não era exatamente fácil para a família. Porém, a facilitação que Benício aproveitava naquele instante era o fato de não precisar carregar malões com suas coisas. Trazia nas costas uma mochila grande, com seus itens de extrema necessidade, mas a mãe, quando viera anteriormente para ocupar sua cadeira, tinha aproveitado o envio das próprias malas para infiltrar a do caçula e a de Júlio César no mesmo balaio.
Tomado da excitação da primeira vista da escola que antes habitava sua mente através de fotografias e narrações, apressou os alunos que se avolumavam à frente para apertar o passo. Ainda não tinha passado pelo estirão de crescimento, mas tal como os irmãos, sabia que não tardaria a acontecer. Uma garota, ainda mais miúda do que ele próprio, estava atrasando o desenrolar da cena com sua despedida a sua ave e um empurrão foi o suficiente para acabar com aquela cena lenta.
Quando entrou no salão, fingiu blasé. Tantas histórias não eram o suficiente para ilustrar a escola que seria sua casa pelos próximos anos, mas não se mostraria um tolo emocionado. Ele era descolado, rebelde. Não se emocionava fácil assim. Escondeu o sorriso e projetou um biquinho beirando a arrogância, enquanto marchava junto com os demais alunos para a fila. Sua seleção se aproximava, Antônio e Júlio César tinham partido em casas diferentes. Não havia uma tradição de seleção. Ele começaria uma ou seguiria ilustrando as diferentes personalidades daquela família?
Tentou não olhar para a mãe enquanto se colocava no banco para ser selecionado, mas foi impossível não buscar os olhos da mais velha quando a coruja Didi abriu suas asas e partiu na sua direção com o intuito de selecioná-lo.
post #001 | LICEU | BENÍCIO.
Benício Gadelha Dutra
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
PROCESSO DE SELEÇÃO (BENÍCIO)
Entre pios harmônicos de júbilo, Didi pousara no ninho de cachos castanhos os quais recobriam a cabecinha de Benício. Aquela era a sua noite favorita do ano, pois em si firmavam-se todos os olhos do salão, e Didi gostava de receber a atenção a qual merecia por ser uma exímia coruja selecionadora. Seus olhos amarelos piscavam enquanto analisava a mente complexa da criança, mas fizera sua escolha com bastante ligeireza.
Instintos rebeldes, audácia, astúcia e muitos sonhos...
Na Casa Guará, brilha um aluno sem par,
Com inteligência e coragem a se destacar,
Seu saber é como uma estrela a brilhar,
Na Casa Guará, seu sucesso irá alcançar!
Com inteligência e coragem a se destacar,
Seu saber é como uma estrela a brilhar,
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- Observações:
- O aluno Benício Gadelha Dutra fora selecionado na Casa Guará pela coruja Didi (+100xp)
Didi
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
Enquanto o gêmeo vivia quem sabe uma fase rebelde em sua tenra vida e abrochava para a juventude, Pollux considerava no mínimo idiota estar usando jaqueta de couro no Rio de Janeiro em pleno fevereiro. Embora não tenha se atido ao pensamento depois que desembarcara e encontrara os amigos para mais um semestre; cumprimentando calorosamente João e mais afastado, contido e sério à Morgana, sabendo dos limites que não deveriam ser ultrapassados com jiboias quietas e solitárias.
Seguia atrás de Castor pelo caminho que faziam depois o desembarque apenas com uma camiseta listrada verde e bege, com os ombros quase brancos demais expostos e uma expressão indiferente às caras entusiasmadas dos primeiranistas, ignorando as reclamações alheias. Aproveitava que era o segundo da linha que se formava naquele grupo, sendo encoberto quase inteiramente pelo irmão e parcialmente pelo Dutra, podendo carregar mais livremente as pesadas maletas dos gêmeos Santiago. Morgana era mais privilegiada ainda, estava cercada pelos garotos durante todo o percurso até o Liceu Imperial, ainda que talvez não se considerasse assim, Pollo então, sem deixar de seguir pelo caminho que lhe era aberto e sem diminuir o passo ou se apressar demais, proferiu a garota sem lhe consolar muito. — O sufoco já acaba, Nana.
Chegada a hora da cerimônia, os colegas fragmentavam-se pelas longas mesas do Salão Principal. Enquanto os três jiboias dividiam o espaço em seu grupo infeliz, Pollux observava ao longe, sem ter muito com quem conversar em sua própria casa. Apoiou o cotovelo sobre a mesa e a cabeça pendeu sobre o punho fechado, jogando seu corpo para trás sobre o tampo de madeira e amassando as próprias bochechas contra os dedos dobrados. “Qual será o jantar mesmo?”, indagava sem se atear ao discurso padrão da diretora ou ás sábias escolhas de Didi até que os vultos invadissem seus olhos turvos de ócio. Como em um emergir de consciência Pollux fora fisgado pelos docentes e João acudindo uma guará em sua mesa. Olhava afoito buscando o pivô da confusão e via uma fina linha quase morta de amarelo e laranja rodopiante no fim das vestes da garota. A chama já morta parecia ter lhe lançado as últimas graças antes de deixar de existir tão efêmera quanto fora criada sem que se percebesse viva.
Ele piscou por duas ou três vezes, todos pareciam saber quem era a piromaníaca júnior. Ele olhou em direção à garota e sorriu, logo voltando o olhar à guará e à João, sorrindo ainda mais, agora podendo considerar aquela cerimônia de abertura interessante. Maria Teresa já parecia não ser tão favorável à convivência de Pollux com seu amigo, o que lhe permitia rir de sua desgraça sem o peso na consciência de lhe magoar.
As outras seleções seguiram menos emocionantes e as salvas de palmas eram sempre mais entusiasmadas da casa que recebia mais um membro, fazendo com que Pollux a cada nome se voltasse ainda mais ao que era de fato importante: “quando vão servir o jantar?”.
Seguia atrás de Castor pelo caminho que faziam depois o desembarque apenas com uma camiseta listrada verde e bege, com os ombros quase brancos demais expostos e uma expressão indiferente às caras entusiasmadas dos primeiranistas, ignorando as reclamações alheias. Aproveitava que era o segundo da linha que se formava naquele grupo, sendo encoberto quase inteiramente pelo irmão e parcialmente pelo Dutra, podendo carregar mais livremente as pesadas maletas dos gêmeos Santiago. Morgana era mais privilegiada ainda, estava cercada pelos garotos durante todo o percurso até o Liceu Imperial, ainda que talvez não se considerasse assim, Pollo então, sem deixar de seguir pelo caminho que lhe era aberto e sem diminuir o passo ou se apressar demais, proferiu a garota sem lhe consolar muito. — O sufoco já acaba, Nana.
Chegada a hora da cerimônia, os colegas fragmentavam-se pelas longas mesas do Salão Principal. Enquanto os três jiboias dividiam o espaço em seu grupo infeliz, Pollux observava ao longe, sem ter muito com quem conversar em sua própria casa. Apoiou o cotovelo sobre a mesa e a cabeça pendeu sobre o punho fechado, jogando seu corpo para trás sobre o tampo de madeira e amassando as próprias bochechas contra os dedos dobrados. “Qual será o jantar mesmo?”, indagava sem se atear ao discurso padrão da diretora ou ás sábias escolhas de Didi até que os vultos invadissem seus olhos turvos de ócio. Como em um emergir de consciência Pollux fora fisgado pelos docentes e João acudindo uma guará em sua mesa. Olhava afoito buscando o pivô da confusão e via uma fina linha quase morta de amarelo e laranja rodopiante no fim das vestes da garota. A chama já morta parecia ter lhe lançado as últimas graças antes de deixar de existir tão efêmera quanto fora criada sem que se percebesse viva.
Ele piscou por duas ou três vezes, todos pareciam saber quem era a piromaníaca júnior. Ele olhou em direção à garota e sorriu, logo voltando o olhar à guará e à João, sorrindo ainda mais, agora podendo considerar aquela cerimônia de abertura interessante. Maria Teresa já parecia não ser tão favorável à convivência de Pollux com seu amigo, o que lhe permitia rir de sua desgraça sem o peso na consciência de lhe magoar.
As outras seleções seguiram menos emocionantes e as salvas de palmas eram sempre mais entusiasmadas da casa que recebia mais um membro, fazendo com que Pollux a cada nome se voltasse ainda mais ao que era de fato importante: “quando vão servir o jantar?”.
Pollux G. Santiago
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
tá pegando fogo, bicho!
a própria charmander de nárnia
L.I.C.E.U — com João e uma galera nada a ver
Maitê já destoava dos outros sem esforço, mas pegando fogo foi diferente!
Usualmente pontual, a menina já estava no salão há um tempinho quando a diretora começou seu discurso, mas era como se nem estivesse ali. Quando desceu do bondinho, ignorou a grande maioria dos demais alunos — incluindo João e suas minhocas de estimação — e apressou-se para o local da cerimônia inicial. Havia notado um grande volume de novatos e, além de ter aversão a ficar espremida no meio de tanta gente muvucada, não era de seu feitio perder um mínimo detalhe de nada, mas naquela noite, sua mente parecia estar em Nárnia. Literalmente. Bem dentro do armário mesmo, sacou?
Parte de sua mente se criticava e não entendia por que havia tido aquele impulso de tentar beijar a amiga trouxa na festinha da noite anterior, na casa dos amigos não-bruxos, já que ela nem era a fim de meninas!! Onde já se viu... Mas uma parte também se perguntava se ela realmente estava achando meninas atraentes e qual problema teria nisso, já que meninos costumam ser tão, tãaao chatos.
Pensamentos na lua e olhos perdidos pelo salão, observava colegas e aqueles que nem conhecia muito, mas sem focar a visão em muita gente, perdida em uma conversa silenciosa consigo mesma em sua mente turbulenta. Jiboias? Melancólicas demais para seu gosto. Tucanas? Eram uma graça, mas tão avoadas... não teria paciência. Saúvas? As achava lindas, mas tão doidas quanto — ou mais que — ela própria. Nada lhe parecia certo, mas assim só lhe restavam as próprias Guarás, e ali não parecia haver chance. Amigas, mesmo dormitório, sempre por perto... muito exposto. "Calma... desde quando você faz lista de prós e contras sobre meninas, Maria Teresa?!"
A Kaur só faltava querer estapear a si mesma de tanta bobagem que lhe passava pela cabeça e tomou um susto quando João chegou lhe abraçando.
— Tampico é a teu nariz! — bateu na mão dele para que a tirasse de seu cabelo imediatamente. Deveria ter dito mais coisa, puxado um assunto com o amigo, um dos poucos meninos da escola de quem gostava verdadeiramente, mas a mente era tão cheia de pensamentos caóticos que as palavras se perdiam e se entrecortavam como motocicletas em um tráfego desordenado.
Circulando alguns dos desenhos e henna feito por sua avó em sua mão, mais uma das tantas tradições indianas às quais era coagida a participar para não desrespeitar ou decepcionar sua Nani ou sua Mamadi, desligou-se do momento presente mais uma vez, a mente vagando pela lembrança do rosto de Catarina e como seus olhos claros eram brilhantes e como sua boca parecia mais interessante com aquele brilho labial... De onde estava vindo aquele calor?!
Levantou-se no susto, quase saltando de seu assento, ao perceber que o calor vinha de si mesma, mas não o tipo de fogo que ela andava sentindo. Era fogo de verdade, em cores e sensações reais de calor. — QUE ISSO? — primeiramente tentou compreender o que acontecia, e por mais inteligente e sagaz que fosse, nunca imaginou ter as roupas pegando fogo, então se perdeu um pouco assistindo aquela cena de olhos arregalados, até que começou a sentir a perna esquentando e querendo queimar... Felizmente professores estavam ali para resolver a situação, mas naquele momento Maitê não sabia se eles conseguiriam, em algum momento, resolver a situação para a novata foguenta quando a indiana resolvesse se vingar. A dica o dia é: não pise no calo de uma Kaur, nunca.
Contrariada e com uma mistura de raiva e descrença, sentou ao lado de João mais uma vez, esse que disfarçava o riso, mas incomodava grandemente a Nunes. Maria Teresa adorava ser o centro das atenções, mas quase entrava em combustão se fosse por motivo e chacota. — É melhor nem comentar nada, 'Jão Vicente! — disparou a menina de saia chamuscada e disforme, chamando-o como fazia quando estava enraivecida. — Se essa menina fez isso por que achou graça na minha saia, ela vai ver uma coisa! — cochichou meio sozinha, mas teve certeza que o amigo ouviu a queixa sobre a peça de roupa indiana que usava, já meio que um costume para todos que conheciam Maitê desde o primeiro ano, mas realmente chamativo para alguém de fora.
Usualmente pontual, a menina já estava no salão há um tempinho quando a diretora começou seu discurso, mas era como se nem estivesse ali. Quando desceu do bondinho, ignorou a grande maioria dos demais alunos — incluindo João e suas minhocas de estimação — e apressou-se para o local da cerimônia inicial. Havia notado um grande volume de novatos e, além de ter aversão a ficar espremida no meio de tanta gente muvucada, não era de seu feitio perder um mínimo detalhe de nada, mas naquela noite, sua mente parecia estar em Nárnia. Literalmente. Bem dentro do armário mesmo, sacou?
Parte de sua mente se criticava e não entendia por que havia tido aquele impulso de tentar beijar a amiga trouxa na festinha da noite anterior, na casa dos amigos não-bruxos, já que ela nem era a fim de meninas!! Onde já se viu... Mas uma parte também se perguntava se ela realmente estava achando meninas atraentes e qual problema teria nisso, já que meninos costumam ser tão, tãaao chatos.
Pensamentos na lua e olhos perdidos pelo salão, observava colegas e aqueles que nem conhecia muito, mas sem focar a visão em muita gente, perdida em uma conversa silenciosa consigo mesma em sua mente turbulenta. Jiboias? Melancólicas demais para seu gosto. Tucanas? Eram uma graça, mas tão avoadas... não teria paciência. Saúvas? As achava lindas, mas tão doidas quanto — ou mais que — ela própria. Nada lhe parecia certo, mas assim só lhe restavam as próprias Guarás, e ali não parecia haver chance. Amigas, mesmo dormitório, sempre por perto... muito exposto. "Calma... desde quando você faz lista de prós e contras sobre meninas, Maria Teresa?!"
A Kaur só faltava querer estapear a si mesma de tanta bobagem que lhe passava pela cabeça e tomou um susto quando João chegou lhe abraçando.
— Tampico é a teu nariz! — bateu na mão dele para que a tirasse de seu cabelo imediatamente. Deveria ter dito mais coisa, puxado um assunto com o amigo, um dos poucos meninos da escola de quem gostava verdadeiramente, mas a mente era tão cheia de pensamentos caóticos que as palavras se perdiam e se entrecortavam como motocicletas em um tráfego desordenado.
Circulando alguns dos desenhos e henna feito por sua avó em sua mão, mais uma das tantas tradições indianas às quais era coagida a participar para não desrespeitar ou decepcionar sua Nani ou sua Mamadi, desligou-se do momento presente mais uma vez, a mente vagando pela lembrança do rosto de Catarina e como seus olhos claros eram brilhantes e como sua boca parecia mais interessante com aquele brilho labial... De onde estava vindo aquele calor?!
Levantou-se no susto, quase saltando de seu assento, ao perceber que o calor vinha de si mesma, mas não o tipo de fogo que ela andava sentindo. Era fogo de verdade, em cores e sensações reais de calor. — QUE ISSO? — primeiramente tentou compreender o que acontecia, e por mais inteligente e sagaz que fosse, nunca imaginou ter as roupas pegando fogo, então se perdeu um pouco assistindo aquela cena de olhos arregalados, até que começou a sentir a perna esquentando e querendo queimar... Felizmente professores estavam ali para resolver a situação, mas naquele momento Maitê não sabia se eles conseguiriam, em algum momento, resolver a situação para a novata foguenta quando a indiana resolvesse se vingar. A dica o dia é: não pise no calo de uma Kaur, nunca.
Contrariada e com uma mistura de raiva e descrença, sentou ao lado de João mais uma vez, esse que disfarçava o riso, mas incomodava grandemente a Nunes. Maria Teresa adorava ser o centro das atenções, mas quase entrava em combustão se fosse por motivo e chacota. — É melhor nem comentar nada, 'Jão Vicente! — disparou a menina de saia chamuscada e disforme, chamando-o como fazia quando estava enraivecida. — Se essa menina fez isso por que achou graça na minha saia, ela vai ver uma coisa! — cochichou meio sozinha, mas teve certeza que o amigo ouviu a queixa sobre a peça de roupa indiana que usava, já meio que um costume para todos que conheciam Maitê desde o primeiro ano, mas realmente chamativo para alguém de fora.
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
Castor soltou deixou que escapasse um arzinho quente e espontâneo de seu nariz, balançando com a cabeça em negação perante as postulações de da garota ao seu lado. — Pois então é melhor alguém ficar de olho no João, ele não é um dos mais espertos. — Retrucou, antes que voltasse a concordar com o que era dito em referência à autopreservação e autoproteção individual dos bruxos.
Viu uma garotinha acovardada passar pelo ritual da escolha de casas e atear fogo nas vestes da sombra falante de Dutra. Levou a mão à boca, cobrindo a gargalhada que resistia em se manter imperceptível. Viu as flâmulas da chama dançando rápido de fio a fio na bainha do tecido das roupas da garota e observou um João afoito tentando ajudar, sendo interceptado por professores mais ágeis e sagazes. — Achei que indianos não comessem carne, mas pelo visto podem virar churrasco. — Completou, seguindo a deixa de Morgana.
Seguia a primeiranista vagando em direção à mesa das Jiboias e sentando-se próximo à sua amiga. Minúscula, desengonçada, tímida, parecia querer reparar em tudo ao passo que seguia o medo de olhar e descobrir as atenções alheias voltadas para si. Castor então esticou a ponta dos dedos, inclinando-se para trás e passando o braço pelas costas da Cunninghan e encostando a ponta dos dedos no ombro molenga daquela miudeza de gente. — Belo dom. — Falou sério, assentindo com a cabeça em uma leve expressão de empatia. — Tente não queimar ninguém da própria casa. — Proferiu ao fim, postando-se mais uma vez àquela que era sua posição inicial e deixando que a primeiranista pudesse ficar em paz aguardando pelo fim das seleções como os outros.
Viu uma garotinha acovardada passar pelo ritual da escolha de casas e atear fogo nas vestes da sombra falante de Dutra. Levou a mão à boca, cobrindo a gargalhada que resistia em se manter imperceptível. Viu as flâmulas da chama dançando rápido de fio a fio na bainha do tecido das roupas da garota e observou um João afoito tentando ajudar, sendo interceptado por professores mais ágeis e sagazes. — Achei que indianos não comessem carne, mas pelo visto podem virar churrasco. — Completou, seguindo a deixa de Morgana.
Seguia a primeiranista vagando em direção à mesa das Jiboias e sentando-se próximo à sua amiga. Minúscula, desengonçada, tímida, parecia querer reparar em tudo ao passo que seguia o medo de olhar e descobrir as atenções alheias voltadas para si. Castor então esticou a ponta dos dedos, inclinando-se para trás e passando o braço pelas costas da Cunninghan e encostando a ponta dos dedos no ombro molenga daquela miudeza de gente. — Belo dom. — Falou sério, assentindo com a cabeça em uma leve expressão de empatia. — Tente não queimar ninguém da própria casa. — Proferiu ao fim, postando-se mais uma vez àquela que era sua posição inicial e deixando que a primeiranista pudesse ficar em paz aguardando pelo fim das seleções como os outros.
Última edição por Castor G. Santiago em Qui Ago 17, 2023 6:15 pm, editado 1 vez(es)
Castor G. Santiago
Data de nascimento :
13/08/1965
Sangue :
Puro
Cargo :
Estudante (5º ano - L.I.B.R.A)
Casa :
- Jiboia
Local de Residência :
Largo da Bonança
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8
Data de inscrição :
05/08/2023
Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
BLUEHere's a story About a little guy That lives in a blue world And all day and all night, And everything he sees is just blue, Like him, inside and outside. Blue his house With a blue little window And a blue corvette And everything is blue for him |
Segurava as lágrimas com todo o ímpeto que ainda lhe restava após aquela situação embaraçosa. Talvez aquele, de fato, não fosse o seu lugar. Talvez não soubesse fazer mágica. Não sabia que bruxos existiam até receber sua carta de convite, afinal, havia sido criada por uma família não mágica, e os únicos conhecimentos os quais possuía no que diz respeito a tal plano vinham do caráter esotérico do clã zíngaro ao qual pertencia.
Cerrou os punhos, os apertando com força numa tentativa de controlar toda a angústia que sentia. Um garoto mais velho chamou sua atenção, fazendo troça com o que havia acontecido. "Obrigada..., murmurou, envergonhada. Seu sangue gelou ao ouvi-lo aconselhá-la a não fazer seus colegas de casa pegarem fogo como fizera com a Guará. Fora um acidente, mas tinha noção de que muitos poderiam não interpretar a situação como tal. Pensou em algo para dizer, mas preferiu abster-se.
Logo fora servido o jantar. A mesa, antes vazia, agora estava repleta de bandejas de prata que ostentavam iguarias europeias. Perus e filés foram as únicas carnes que conseguira identificar, embora tenha ouvido dos alunos próximos a si que, além de tudo aquilo, o jantar abundante continha elementos da culinária francesa, mediterrânea e também portuguesa.
Provou um pouco de tudo, e logo o peru no tacho tornou-se um de seus pratos favoritos. Devorou o pernil assado com abacaxi, provou a sopa de tomate e adorou o bife de vitela. Após algum tempo, no momento em que todos já encontravam-se satisfeitos após aproveitarem a ceia, os pratos e bandejas desapareceram e deram espaço às sobremesas. Fios de ovos, quindim, bolos, a tarte tartin e os macarons decoravam a mesa com opulência e formosura, e Susana foi ligeira em adicionar um pouco de tudo ao seu prato, degustando-com com prazer e, por um breve momento, esquecendo-se de suas lamúrias e temores.
Cerrou os punhos, os apertando com força numa tentativa de controlar toda a angústia que sentia. Um garoto mais velho chamou sua atenção, fazendo troça com o que havia acontecido. "Obrigada..., murmurou, envergonhada. Seu sangue gelou ao ouvi-lo aconselhá-la a não fazer seus colegas de casa pegarem fogo como fizera com a Guará. Fora um acidente, mas tinha noção de que muitos poderiam não interpretar a situação como tal. Pensou em algo para dizer, mas preferiu abster-se.
Logo fora servido o jantar. A mesa, antes vazia, agora estava repleta de bandejas de prata que ostentavam iguarias europeias. Perus e filés foram as únicas carnes que conseguira identificar, embora tenha ouvido dos alunos próximos a si que, além de tudo aquilo, o jantar abundante continha elementos da culinária francesa, mediterrânea e também portuguesa.
Provou um pouco de tudo, e logo o peru no tacho tornou-se um de seus pratos favoritos. Devorou o pernil assado com abacaxi, provou a sopa de tomate e adorou o bife de vitela. Após algum tempo, no momento em que todos já encontravam-se satisfeitos após aproveitarem a ceia, os pratos e bandejas desapareceram e deram espaço às sobremesas. Fios de ovos, quindim, bolos, a tarte tartin e os macarons decoravam a mesa com opulência e formosura, e Susana foi ligeira em adicionar um pouco de tudo ao seu prato, degustando-com com prazer e, por um breve momento, esquecendo-se de suas lamúrias e temores.
Última edição por Susana Manuche Robatini em Sex Ago 18, 2023 11:51 am, editado 1 vez(es)
Susana Manuche Robatini
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
A melhor parte do banquete finalmente viera a acontecer: o próprio banquete. Gostava de assistir as seleções dos calouros animados (e nervosos), mas, após cinco anos de Liceu, o ritual havia se tornado um pouco maçante, e seu estômago, particularmente, não o apreciava.
Os pratos oriundos de partes diversas da Europa e do Brasil surgiram repentinamente à sua frente, para a sua alegria. Serviu-se rapidamente, acolhendo em seu prato um pouco da paella espanhola e enchendo sua taça de cristal com champanhe sem álcool, que só era servido em ocasiões especiais como aquela.
Cutucou Maria Teresa, empunhando sua varinha numa altura baixa e encostando a ponta da varinha em sua saia de com suavidade, fazendo as partes chamuscadas pelo fogo tomarem de volta seu aspecto original. "De nada", murmurou, levando o garfo à boca. Virou a cabeça para trás à procura da garotinha que tinha causado o estrago e, ao perceber que aquela o retribuíra o olhar, levantou o polegar para cima e a direcionou um sorriso reconfortante; sabia como o primeiro dia na escola era difícil, principalmente para aquele pedacinho de gente de meio metro de altura e incisivos tortos.
Após alguns minutos, a mesa fora reposta, desta vez, repleta de inúmeras opções de sobremesa. Serviu-se do quindim e do pavê de chocolate, deliciando-se a cada colherada. Quem dera se todas as refeições fossem caprichadas como as servidas nas festas...
Os pratos oriundos de partes diversas da Europa e do Brasil surgiram repentinamente à sua frente, para a sua alegria. Serviu-se rapidamente, acolhendo em seu prato um pouco da paella espanhola e enchendo sua taça de cristal com champanhe sem álcool, que só era servido em ocasiões especiais como aquela.
Cutucou Maria Teresa, empunhando sua varinha numa altura baixa e encostando a ponta da varinha em sua saia de com suavidade, fazendo as partes chamuscadas pelo fogo tomarem de volta seu aspecto original. "De nada", murmurou, levando o garfo à boca. Virou a cabeça para trás à procura da garotinha que tinha causado o estrago e, ao perceber que aquela o retribuíra o olhar, levantou o polegar para cima e a direcionou um sorriso reconfortante; sabia como o primeiro dia na escola era difícil, principalmente para aquele pedacinho de gente de meio metro de altura e incisivos tortos.
Após alguns minutos, a mesa fora reposta, desta vez, repleta de inúmeras opções de sobremesa. Serviu-se do quindim e do pavê de chocolate, deliciando-se a cada colherada. Quem dera se todas as refeições fossem caprichadas como as servidas nas festas...
João Vicente Dutra
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13/12/1965 - 15 anos
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Re: [RP SEMIABERTA - Salão Principal] Banquete de boas-vindas
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Epaminondas
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