As Casas do L.I.B.R.A

Alunos pertencentes à Casa Saúva são, geralmente, extremamente dedicados, ambiciosos, esforçados e responsáveis. Se têm para si um foco específico, não medirão esforços para atingi-lo. Por vezes podem usar aqueles à sua volta para conseguir o que querem, pois acreditam, sim, que os fins justificam os meios, o que se vê pelo motto da casa.

Ao que dizem seus companheiros de outras casas, são indivíduos difíceis de lidar devido ao seu caráter extremamente sério, reservado e, por vezes, frio; mas todo Saúva sabe que tais definições são, na maior parte das vezes, apenas estereótipos, afinal, por trás da firme máscara de sisudez a qual carregam existe um indivíduo justo, correto e leal, que faz o que faz para conquistar não apenas os seus próprios desejos como os daqueles os quais amam. Tem a cabeça-quente, portanto, não o provoque; toda aquela névoa de pragmatismo pode ir embora num estalar de dedos, deixando espaço o suficiente para atitudes coléricas impulsivas: nunca cutuque uma saúva adormecida. Não são afilhados de Marte por nada...

Há, quase que majoritariamente, dois lados para os Saúvas. Embora alguns sejam extremamente leais àqueles por quem nutrem sentimentos de afeto, alguns mostram-se mais egoístas, priorizando seus próprios sonhos e vontades ao invés de tentar ajudar amigos e parentes por meio de sua dedicação incansável, como fazem as formigas.

Os alunos da Casa Saúva são conhecidos por suas exímias habilidades como trabalhadores manuais, estas as quais compartilham com o animal que os dá nome e estampa seu brasão alaranjado. São bastante interessados pelas áreas de culinária e manuseio de gesso e cerâmica, mas se há uma atividade na qual impressionam de fato, esta é a dança; são dançarinos elegantes e incisivos.

Os Saúvas são regidos pelo elemento Terra, o que justifica seu espírito centrado, confiante e objetivo. Seus patronos são as divindades romanas Marte e Ceres.

Desde a implantação do sistema de seleção em 1891, a Casa Jiboia foi, dentre as outras três, a casa a abrigar a menor quantidade de alunos independente dos anos. Devido a isso, é comum, durante o processo anual de seleção, perceber suspiros e sussurros de surpresa vindos de alunos mais velhos no momento em que uma criança é selecionada na casa de cor azul-marinho.

Os alunos Jiboias são indivíduos singulares, de caráter peculiar e, quiçá, misterioso. São seres volúveis como a água, o elemento o qual os rege, compartilhando também sua essência resiliente e flexível, fato exposto em seu motto, o equivalente latino para a frase "aquele que boia, não afunda". São inteligentes, gostam de arte e possuem interesses excêntricos, o que pode afastar ou encantar aqueles ao seu redor. Além de sua resiliência, são dotados de imensa sensibilidade, empatia e intensidade emocional. Embora possuam opiniões volúveis na maioria das vezes, mostram-se teimosos e capazes de defender com afinco suas opiniões mais enraizadas.

Eles são suaves como uma gota d'água para com aqueles por quem nutrem carinho, entretanto, apesar de preferirem não demonstrar sentimentos negativos com frequência por temerem reações adversas dos demais, caso guardem muitos sentimentos dentro de si por muito tempo, ao atingirem seus limites, só lhes resta explodir, e, quando explodem, são avassaladores como enchentes.

Há dois lados para os Jiboias: aqueles que levaram sua intensidade emocional para um âmbito mais internalizante, ou seja, refletem a sensibilidade em atitudes mais empáticas e compassivas e têm mais facilidade de lidar com os outros, principalmente, com crianças e animais, devido à sua paciência. Os externalizantes geralmente mostram-se mais reservados, mascarando sua sensibilidade com atitudes distantes e frívolas. Podem descontar suas frustrações nos outros de maneiras sutis ou escancaradas. Jiboias geralmente possuem uma grande quantidade de caos dentro de si.

Como já dito, os Jiboias são regidos pelo elemento água, fato o qual os torna resilientes, perspicazes e, apesar de fluidos, extremamente fortes. Seus patronos são as divindades romanas Netuno e Salácia.

Os Tucanos são indivíduos geralmente quietos e de caráter sensível e compassivo. Em sua maioria, são distraídos, esquecidos e fáceis de enganar, todavia, caso os machuque, esteja certo de que irão vingar-se no momento menos esperado, pois os Tucanos sabem muito bem que a vingança é um prato que se come frio, ou melhor, gelado, assim como os cortantes ventos que nos rasgam a pele durante o inverno.

Se sua sensibilidade os torna rancorosos, sua falta de atenção deve ser, talvez, a característica mais fatal da Casa, mas não para os outros, e sim para eles mesmos! Os Tucanos são tão distraídos que, por motivos óbvios, o batente que cerca o corredor onde estão localizados seus dormitórios é enfeitiçado para evitar possíveis quedas, e há um abaixo-assinado por parte dos alunos de outras casas para que o restante dos batentes sejam igualmente encantados.

Há dois tipos de Tucanos, no geral: Aqueles mais quietos e serenos, distraídos e descuidados e, em contraste, outros mais expansivos e caricatos.

Brincadeiras à parte (mas nem tanto), os membros da Casa Tucano também são conhecidos por seu amor à natureza, lealdade e companheirismo, grande capacidade de compreensão e por suas habilidades artísticas, principalmente no ramo teatral. Sonhadores e criativos, gostam de escrever e desenhar. São considerados dramáticos por natureza e sabem interpretar um papel como ninguém, portanto, se um dia tiver feito um Tucano chorar, pense duas vezes antes de sentir-se culpado.

Alunos Tucanos são encontrados com frequência perambulado pelos jardins do Liceu, no coral ou nos Campos de Quadribol: são extremamente ágeis e, como é de se esperar, sentem-se muito à vontade ao serem guiados pelos ventos, diferente de alguns Saúvas que preferem ter seus pés no chão.

A Casa Tucano é regida pelo elemento ar e seus patronos são as divindades romanas Éolo e Hera. Seu motto é o equivalente latino para a expressão "um homem sábio não urina contra o vento".

O motto dos Guarás já diz tudo: onde há fumaça, há fogo. Esta é uma Casa de indivíduos audaciosos, sonhadores, astuciosos e donos de uma esperteza inigualável. São hiperativos, fato o qual pode ter originado o estereótipo de que são a casa mais gulosa e por isso estariam localizados no mesmo andar onde está a cozinha. Os Guarás podem ser inconsequentes e irresponsáveis, mas tem um grande senso de justiça dentro de si: a casa é conhecida por ser o lar de famosos juízes e advogados do Ministério da Magia Brasileira.

Desinibidos e despreocupados, os guarás parecem não dar a menor bola àqueles que os desaprovam. Um Guará acredita ter como missão sorrir e fazer sorrir. Seus interesses são diversos, mas não é incomum ver um Guará no Campo de Quadribol ou no Clube de Duelos.

Os Guarás podem se dividir em seres mais audaciosos e focados em explorar o mundo ao seu redor e, em contraste, indivíduos pouco responsáveis e inconsequentes.

São teimosos como os Jiboias, dramáticos como os Tucanos, mas, até os dias de hoje, ainda é raridade encontrar um Guará e um Saúva que se pareçam, entretanto, é como dizem, os opostos se atraem...

Os membros da Casa Guará são regidos pelo elemento fogo e seus patronos são as divindades romanas Vulcano e Vesta.